Aquecimento global: 9 impactos do aumento da temperatura, segundo relatório inédito da ONU
O aquecimento global e as mudanças climáticas causadas pelos seres humanos são inquestionáveis, irreversíveis e levaram a um aumento de 1,07º na temperatura do planeta: isso é que aponta o mais recente relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), publicado em 16 de julho de 2021.
Publicado em 20/08/2021 às 13:08, escrito por Talita, Redação Aulática | Tempo de leitura: 5 minutos
Aquecimento global já é uma realidade
O aquecimento global e as mudanças climáticas causadas pelos seres humanos são inquestionáveis, irreversíveis, levaram a um aumento de 1,07º na temperatura do planeta.
No entanto, alta de 1,5°C a 2°C será vista neste século se não houver profunda redução nas emissões de gases de efeito estufa.
Primeiramente, para quem não conhece, o IPCC, Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, é uma organização científica criada em 1988 no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU) pela iniciativa do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e da Organização Meteorológica Mundial.
Sobretudo, é a primeira vez que o IPCC quantifica a responsabilidade das ações humanas no aumento da temperatura na Terra.
Então, isso torna o documento extremamente importante para a compreensão da atual situação das mudanças climáticas.
temos opiniões divididas quanto ao aquecimento global, sem dúvida o relatório chega com fatos irrefutáveis.
Então, bora falar um pouco sobre este relatório porque ele não é pouca coisa, muito pelo contrário.
“Muitas das mudanças observadas no clima não têm precedentes em milhares, centenas de milhares de anos. Algumas das mudanças – como o aumento contínuo do nível do mar – são irreversíveis ao longo de centenas a milhares de anos“, aponta o relatório.
Entre os pontos mais importantes do documento, nomeado Climate Change 2021: The Physical Science Basis, estão os seguintes destaques:
Papel da influência humana, a principio, sobretudo no aquecimento global, é inequívoco e inquestionável;
Mudanças recentes no clima não têm precedentes ao longo de séculos e até milhares de anos;
Todas as regiões do globo já são afetadas por eventos extremos, isto é, ondas de calor, chuvas fortes, secas e ciclones tropicais provocadas pelo aquecimento global;
Cada uma das últimas quatro décadas foi sucessivamente mais quente do que qualquer outra década que a precedeu desde 1850;
Temperatura vai continuar a subir até meados deste século em todos os cenários projetados para as emissões de gases de efeito estufa;
Aquecimento de 1,5°C a 2°C será ultrapassado ainda neste século, ou seja, até 2099, se não houver forte e profunda redução nas emissões de CO² e outros gases de efeito estufa;
Reduções fortes e sustentadas na emissão de dióxido de carbono (CO²) e outros gases de efeito estufa ainda podem limitar as mudanças climáticas;
Caso as reduções ocorram, ainda pode levar até 30 anos para que as temperaturas se estabilizem.
A ativista Greta Thunberg no Fórum Econômico Mundial (Foto: Reuters)
“É inequívoco que a influência humana aqueceu a atmosfera, o oceano e a terra. Ocorreram mudanças rápidas e generalizadas na atmosfera, no oceano, na criosfera e na biosfera” – IPCC.
9 pontos do impacto aquecimento global nas mudanças climáticas, segundo o relatório do IPCC
Abaixo, veja nove pontos do impacto do aumento da temperatura global na vida na Terra, segundo o relatório do IPCC:
A temperatura da superfície terrestre subiu mais rapidamente desde 1970 do que em qualquer outro período de 50 anos visto nos últimos 2 mil anos;
As ondas de calor se tornaram mais frequentes e mais intensas em quase todos os continentes do planeta desde 1950, enquanto frios extremos se tornaram menos frequentes e menos severos;
Nas últimas 4 décadas, houve um aumento da proporção de ciclones tropicais;
A influência humana aumentou a chance de eventos extremos desde 1950 e isso inclui a frequência da ocorrência de ondas de calor, secas em escala global, incidência de fogo e inundações.
Em 2019, a concentração de CO² na atmosfera era maior do que em qualquer outro momento nos últimos 2 milhões de anos e a concentração de metano e óxido nitroso era a maior em 800 mil anos;
As ondas de calor marítimas ficaram aproximadamente duas vezes mais frequentes desde 1980;
Entre 2011 e 2020, a área média de gelo no Ártico atingiu seu número mais baixo desde pelo menos 1850 e era, no final do verão, menor do que em qualquer época nos últimos mil anos;
O recuo das geleiras – com uma redução sincronizada em qualquer todas as geleiras do mundo desde os anos 50 — é sem precedentes pelo menos pelos últimos 2 mil anos;
O nível médio do mar aumentou mais rápido desde 1900 do que em qualquer século em pelo menos nos últimos 3 mil anos.
Ativistas pelo clima durante o Fórum Econômico Mundial. Da esquerda para direita: Vanessa Nakate, Loukina Tille, Greta Thunberg, Isabelle Axelsson e Luisa Neubauer.
Meta de 1,5°C para barrar maiores consequências do aquecimento global
No entanto, o relatório indica que o impacto da ação humana já está perto do limite de 1,5ºC de aumento da temperatura global que foi definido, a princípio, em 2015 durante a COP21, no Acordo de Paris.
Dessa forma, a ciência já considera que as provas são irrefutáveis.
A derrubada de mata em junho chegou a 1.061,88 km², aumento de desmate de 2,7%, em relação ao mesmo mês de 2020, e o maior valor registrado na história recente do programa Deter, com início em 2016.